O Brasil precisa, com urgência, implantar políticas públicas para reverter o alto índice de homicídios registrado no país. Essa conclusão foi apresentada durante debate sobre o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados sobre a violência contra jovens negros e pobres. O evento foi realizado na última segunda-feira (23), no Campus Diamantina do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), na região do Jequitinhonha.
“Nos últimos 30 anos o Brasil matou o equivalente a uma população do Uruguai, cerca de 3,5 milhões de pessoas. Porque a sociedade se cala diante de números tão alarmantes? O motivo é simples: por que quem está morrendo são jovens negros e pobres”. A crítica foi feita pelo deputado federal Reginaldo Lopes, presidente e idealizador da CPI.
Como resultado dos debates da CPI em 2015, o parlamentar apresentou 16 Projetos de Lei e oito Propostas de Emenda à Constituição (PECs). Para Lopes, o modelo de Segurança Pública em vigor no país é falho e precisa ser discutido e reformulado para que o número de homicídios seja reduzido.
Inclusão social
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Cristiano Silveira, lembrou que parte das vítimas são mulheres. “Pelos últimos levantamentos, vemos que as mulheres jovens negras são as que mais sofrem violência. Elas são as maiores vítimas dos casos de agressões e de homicídios. É um quadro preocupante que requer ações urgentes do Poder Público”.
O parlamentar também citou o problema dos presídios. “Nossa população carcerária também é na maior parte composta por jovens negros e pobres. Esse cenário mostra a importância da promoção de políticas de igualdade racial. Precisamos reformar nosso sistema de Segurança Pública. E acima de tudo, temos que investir em programas de inclusão social para agirmos de forma preventiva. Para que os índices de violência sejam reduzidos a cada ano”.
Participação

Encontro foi marcado por apresentação de capoeira. (Foto: Milson Veloso)
Estiveram presentes o assessor de assuntos estratégicos da UFVJM, Cássio Jesus Cardoso; o pró-reitor de Desenvolvimento Institucional do IFNMG, professor Alisson Castro; além de estudantes do instituto, líderes quilombolas, membros de casas de umbanda e candomblé, representantes da sociedade civil, líderes políticos e de movimentos sociais, bem como o Grupo Abadá Capoeira, que encantou a todos com uma apresentação de Capoeira.
O encontro teve o apoio do Instituto Federal do Norte de Minas (IFNMG) e da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).